Rondele de abobrinha e meus ímpetos para cozinhar e escrever



Eu não sei ao certo de onde minha vontade de escrever vem. Nem sei ao certo desde quando ela existe. Porém, esses dias, comecei a pensar se escrever não é um desejo da maioria das pessoas. Quem não deseja sentar em frente ao computador e extravasar o que sente através das palavras que passam da mente para a tela em um ritmo quase incontrolável? Será que todo mundo têm esses ímpetos para escrever? Será esse o sonho da maioria das pessoas, mas só alcançado por poucos. Não sei dizer, só sei dizer que ontem descobri mais uma das minhas inspirações.

Acho que já mencionei aqui que, na minha adolescência, assistia Gilmore Girl (Tal mãe, tal filha) e que, recentemente, assisti novamente a série inteira. Fiquei chocada em perceber o quanto as personagens da série se parecem comigo, ou o quanto eu me pareço com as personagens da série. Na hora, fui acometida por um medo terrível de ter sido influenciada demais por séries de TV e fiquei pensando em quantos jovens passam pelo mesmo problema. Porém, depois de refletir um pouco, cheguei a conclusão de que talvez eu não tenha sido influenciada apenas, talvez eu tenha assistido a série justamente por me identificar com as personagens. Certamente, esse seriado influenciou minha vida de alguma maneira, mas deve ter sido simplesmente reforçando em mim, coisas que estavam presentes em algum lugar do meu ser.

Mas voltando às inspirações, Rory, a personagem principal de Gilmore Girls, passa a série inteira escrevendo para jornais e termina por se formar em jornalismo. Está aí minha primeira inspiração para a escrita. A segunda, como falei há pouco, eu descobri ontem. Trata-se da Carry, do Sex and the City, outra jornalista. Ontem, assistindo por acaso a esse série, senti aquela tão conhecida comoção, meu tão conhecido ímpeto de pegar o computador ao vê-la na tela escrevendo uma de suas crônicas.

Para mim, a escrita parece combinar com todos os tipos de dias e de locais. Consigo me imaginar escrevendo na beira da praia, ouvindo o barulho das ondas e sentindo o vento tocar meu rosto. Também consigo me imaginar escrevendo no campo, embaixo de uma árvore enquanto vejo as vacas pastando e ouço o cantar dos passarinhos. Ou, quem sabem, escrever dentro de um apartamento na cidade em uma noite de carnaval, enquanto as pessoas festejam os dias de folga que ganharam. E na chuva? O barulho da chuva parece combinar perfeitamente com o ruído das teclas do computador.

Que profissão linda é essa que pode ser executada em qualquer lugar e a qualquer momento. Eu já escrevi até no carro, quando parava nas sinaleiras, por medo de a inspiração que havia chegado se perder em meio aos meus pensamentos de trabalho. Pensando assim, me parece óbvio que todas as pessoas sonham em ser escritoras, mas será verdade? Me digam vocês. Minha escrita vêm de ímpetos e me inspira a seguir os dias. Vocês sentem algo parecido?

Na cozinha, algo bem parecido ocorre comigo. Tenho meus ímpetos para cozinhar. Os ingredientes começam a aparecer na minha cabeça quase como se estivessem em uma tela sendo reproduzidos por algum aparelho que não pertence a mim mesma. Algumas vezes as receitas já estão prontas nesse lugar mágico que eu não sei onde fica, outras vezes, apenas os ingredientes se mostram e eu preciso desvendar suas combinações e arranjos.

No caso dessa receita, ela apareceu prontinha. Sem dúvidas, nem falhas. Quase como se eu tivesse lido em um livro de receitas. Porém, tenho certeza de que não li e sua execução se mostrou muito mais difícil do que o que eu estava vendo na minha tela imaginária. Apesar disso, eu gostei bastante do resultado, espero que vocês gostem também.

Ingredientes (como fiz mais de uma receita com os ingredientes, não sei bem as  quantidades):
Abobrinha italiana
Sal
Presunto
Queijo mussarela
Queijo ralado
Para o molho branco:
2 colheres de sopa bem cheias de farinha de trigo
2 xícaras de leite
1/2 cebola picada
2 colheres de sopa de manteiga
Nós moscada
Sal e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo:
O molho de tomates deve estar pronto ou ser a primeira coisa a ser feita. Em seguida, fatie a abobrinha com um fatiador de legumes formando tiras ao comprido da abobrinha. Polvilhe sal e deixe soltar o líquido por cerca de uma hora. 

Depois que a abobrinha já tiver descansado uns 40 minutos, faça o molho branco. Em uma xícara, misture as duas colheres de sopa de farinha e uma parte do leite até a farinha ficar bem dissolvida e reserve. Derreta a manteiga na panela e frite a cebola sem deixar dourá-la para não alterar a cor do molho.

Coloque o leite com a farinha e o restante do leite de uma vez só. Espere ferver mexendo de vez em quando. (Minha mãe me ensinou que quando usamos farinha de trigo para engrossar o molho não precisamos mexer o tempo todo como é o caso do amido de milho.) Quando abrir fervura, mexa bem até engrossar, finalizando com sal, noz moscada e pimenta. Reserve.

Volte para a abobrinha, retire o excesso de água e lave-a para tirar o sal. Corte o presunto e o queijo de forma a caber na abobrinha como na foto e enrole.
Depois que já tiver feito todos os rolinhos, despeje o molho branco na forma onde os rondeles serão assados. Coloque todos os rolinhos em cima do molho branco e cubra-os com o molho vermelho.


Polvilhe queijo ralado para finalizar. Asse a 250 º C até o queijo gratinar.


Comentários

  1. Tu podes não lembrar, sei lá, mas uma lembrança linda que tenho é de quando descobriste minhas poesias e pediste para colocar na tua agenda. Tudo o que vivemos constrói o que nos tornamos. Amo teus textos!!

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