Talharim com frango, cogumelos e abacate: sendo metade para sempre...



Como escolher entre o frio na barriga e o quentinho no coração? Como saber viver sem o frio na barriga ou sem o quentinho no coração? Fazer um intercâmbio é ser metade para sempre, enquanto se está longe, sente-se falta da família, dos amigos, dos lugares conhecidos, das comidas, dos cheiros, de tudo que nosso país de origem nos deu e que é responsável por quem somos hoje. Porém, quando se está fora, o frio na barriga é constante, há sempre a sensação de descoberta, de novo, de errado, de distância, de medo. E o frio na barriga vicia. É como os amantes de adrenalina que buscam esportes radicais. O frio na barriga de um intercâmbio é uma sensação sem igual e a busca por repetir essa sensação passa a mover a vida daqueles que resolveram voltar para o conforto de seus países natais. 

Eu nunca quis fazer um intercâmbio, pois, por sofrer com depressão desde pequeninha, tinha medo do que essa experiência poderia fazer comigo quando eu voltasse para cá. Acabei indo atrás do meu namorado e, com certeza, não me arrependo. Entretanto, se antes de ir não me sentia completa por diversos motivos que não sabia elencar, hoje sei o motivo de ser metade. Sou metade, pois metade de mim ficou lá. Metade de mim sente falta dos amigos que conheci naquelas bandas tão ao sul. Metade de mim sente saudade das ruas e casas por onde caminhei naquele ano de intercâmbio. Metade de mim sente falta de sentir saudades daqui e das pessoas daqui. Metade de mim sente saudades do sentimento de segurança que experimentei por lá. Metade de mim sente falta da organização "germânica" que estava presente em todos os lugares. Às vezes sonho que estou lá e estou chorando de saudades daqui. Outras vezes sonho que estou voltando para o Brasil e choro por ter que deixar a minha vida de lá.

Fazer intercâmbio é uma experiência que não acaba quando a gente volta, ela está presente em todos os dias da nossa vida para sempre...

Essa receita de hoje é inspirada no país que chamei de meu por um ano, a Austrália. Esse era um dos pratos que mais me causava estranheza quando estava lá. Aliás, usar abacate em preparações salgadas me dava um certo "nojinho". Só que quando a saudades bate, a gente busca aquelas coisas que eram as mais estranhas mesmo... Talharim com frango, cogumelos e abacate. Continuo achando que o abacate sobra nessa história, mas fazer o que, cada povo com a sua cultura!

Ingredientes:
300 g de iscas de peito de frango
100 g de champignon em conserva ou cogumelo paris fresco
1 colher de sopa de manteiga
2 dentes de alho
200 g de creme de leite
Abacate para servir
Sal e pimenta do reino a gosto
Óleo para fritar
Macarrão cozido de sua preferência (usei talharim)
Cebolinha fatiada fina para servir.

Modo de preparo:
Aqueça uma panela e, quando estiver quente, coloque óleo e uma parte do frango. É importante deixar espaço entre os pedaços de frango para não soltar água.

Quando o frango estiver desgrudando da panela, vire e frite do outro lado. Tempere com sal e pimenta. Quando estiver pronto, retire da panela e reserve. Repita o procedimento até que todo o frango esteja pronto.

Na mesma panela em que o frango foi feito, coloque a manteiga e frite o alho e o champignon/cogumelo. 

Devolva o frango e coloque creme de leite.

Sirva com a massa, com o molho, abacate picado e cebolinha.


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