Melbourne e eu: Dips

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Carlton Baths

Sei que não escrevi muito sobre Melbourne e também sei que as pessoas adoram ouvir sobre experiências de intercâmbio. Mas para falar a verdade, não foi fácil morar lá (eu sentia muitas saudades), e era ainda mais difícil falar sobre o quão difícil era. Então, eu simplesmente não escrevia nada. Bom, na verdade eu coloquei algumas receitas no blog, mas elas nem de perto representam a diversidade cultural que eu vivi lá.
Agora eu estou aqui, de volta ao Brasil, sã e salva, com a minha família e amigos sempre por perto, então achei que estava na hora de deixar as coisas ruins de lado e falar sobre todas as coisas boas que descobri em Melbourne.
É claro que um post não vai ser suficiente, então vou escrever mais de um para poder colocar todas as receitas (ou comidas) que aprendi a comer lá. Melbourne é uma cidade muito internacional. Pessoas de todas as partes do mundo andam pelas ruas, algumas falando e se vestindo come se ainda estivessem em seus países de origem. Por causa disso, é claro que a culinária de lá também tem influências de muitos lugares. Na maioria das vezes, os restaurantes são de uma nacionalidade específica, não é muito comum encontrar "fusões", mas isso é assunto para outro tópico. Nesse post vou falar dos patês/molhos  ou, como eles chamam, "dips". "To dip" significa "mergulhar, molhar" pois mergulhamos alguma coisa nesses "molhos". É claro que eu já comia algo parecido antes de ir morar lá, mas lá conheci um mundo mágico de dips de todos os sabores.
Em Melbourne eu dividia a casa com 6 pessoas além de mim e cada uma delas vinha de um lugar diferente. Ao longo do ano que passei lá, passaram pela casa pessoas da França, Suécia, Nova Zelândia, Nova Zelândia/China, Inglaterra, Noruega e Brasil (meu namorado e eu). Então, de vez em quando, a gente tentava fazer um "jantar em família" e cozinhar juntos. 
Casa onde morei e algumas pessoas que moraram comigo

Foi nessas ocasiões que conheci a fundo os dips. Lá é muito raro imaginar um jantar sem aperitivos, ou entradas. Talvez isso aconteça porque é muito difícil imaginar um jantar sem bebidas alcoólicas, e petiscar e beber são verbos quase complementares. Enfim, em Melbourne e na Austrália, de uma forma geral, todos os supermercados vendem uma grande variedade de dips que faziam os meus olhinhos brilharem de alegria. 
Dips que podem ser comprados prontos no super

Logo, era muito fácil ter dips antes da janta, já que era só passar no supermercado e comprar.
O problema é que eu voltei pro Brasil e estava com muita vontade de me deliciar com uns dips antes da janta, então tive que fazê-los eu mesma. Como os dips duram algum tempo, eles podem ser preparados e guardados na geladeira, ou congelador, até a hora de servir.
O que vou preparar hoje costumava ser meu favorito na Austrália: dip de pimentão vermelho. Achei a receita na internet e adaptei para que ficasse do jeito que gosto. O resultado foi bom, e, depois de algumas adaptações, consegui a consistência certa.
O dip:
Ingredientes:
2 pimentões vermelhos
3 dentes de alho
150 g de cream cheese
15 folhinhas de manjericão
4 g de gelatina sem sabor e incolor dissolvida em um pouquinho de água morna
sal a gosto
azeite de oliva para untar a forma
Asse os pimentões e o alho por cerca de uma hora à 180 graus. Se for necessária, unte a forma antes de colocar os pimentões. 



Depois de assar, quando os pimentões estiverem frios, descasque o olha, retire o miolo e a parte verde dos pimentões e bata no liquidificador ou em um processador de alimentos com o restante dos ingredientes. 

O ideal é servir no dia seguinte.

A minha amiga francesa comia os dips com cenoura e pepino cortados em forma de palito, mas aqui no Brasil acho que a gente prefere comer com bolacha água e sal ou pão.

Pasta de beringela e dip de pimentão

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